Encontro do MoveInfra reuniu lideranças públicas e privadas em torno de propostas estruturantes e da assinatura do pacto pela infraestrutura
Durante o evento “Infraestrutura em Movimento: desafios para transformar o Brasil”, realizado nessa quarta-feira (22), em Brasília, o diretor de Relações Institucionais da CNT, Valter Souza, destacou a importância de um pacto nacional de longo prazo para garantir recursos e transformar a matriz logística do país.
O encontro, promovido pela MoveInfra, reuniu autoridades institucionais, empresários e especialistas para debater os rumos da infraestrutura brasileira. A programação incluiu painéis temáticos, entrevistas e a assinatura do Pacto pela Infraestrutura Brasileira, que une oito associações do setor em torno de quatro propostas legislativas prioritárias até 2026.
Em sua participação no painel de abertura, que tratou da convergência entre investimentos públicos e privados, Valter Souza ressaltou a necessidade de ampliar os aportes no setor. “Os investimentos públicos em infraestrutura evoluíram na forma de entrega, mas ainda estão abaixo do necessário. Precisamos recuperar a capacidade de investimento e garantir previsibilidade”, afirmou.
O diretor também chamou a atenção para a necessidade de diversificar a matriz de transporte no país. “Não podemos continuar transportando dois terços da carga por caminhão e 90% dos passageiros por ônibus. Isso eleva os custos, impacta a indústria e aumenta a poluição”, alertou.
Valter Souza destacou ainda o protagonismo da CNT na articulação por avanços legislativos e institucionais, como a PEC da Transição, e anunciou que a Estação do Desenvolvimento será o espaço do Sistema Transporte na COP30, em Belém (PA). “Queremos frete mais barato, menos poluição e garantia de aportes pelos próximos dez anos, independentemente de transições entre governos”, concluiu.
O painel contou também com a participação do secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro; do diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Guilherme Sampaio; do secretário executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Tomé França; do secretário executivo do Ministério das Cidades, Hailton Madureira; e do diretor de Relações Institucionais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Roberto Muniz. O debate foi moderado pelo jornalista Daniel Rittner e abordou temas como fortalecimento das agências reguladoras, licenciamento ambiental, concessões e novas fontes de financiamento para mobilidade e logística.
O evento foi aberto pelo CEO do MoveInfra, Ronei Glanzmann, que destacou o otimismo do setor com relação aos investimentos em curso. “O Brasil está investindo R$ 280 bilhões em infraestrutura, e a previsão para 2026 é de R$ 300 bilhões em todos os modais de transporte e energia. Os leilões estão acontecendo, e temos uma agenda forte pela frente”, afirmou.
Após a assinatura do Pacto pela Infraestrutura Brasileira, Ana Patrízia, diretora executiva da ANP Trilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), falou em nome da Aliança pela Infraestrutura e ressaltou o caráter colaborativo da iniciativa. “A Aliança nasce do reconhecimento de que a infraestrutura é essencial para o desenvolvimento do país e a melhoria da vida dos brasileiros. Queremos modernizar o marco legal, garantir segurança jurídica, acelerar o licenciamento e proteger ativos estratégicos, com cooperação e apoio entre os setores público e privado e a sociedade, para que a infraestrutura seja, de fato, uma política de Estado”, afirmou.
O encerramento contou com palestra do economista Marcos Lisboa sobre os desafios macroeconômicos para o crescimento sustentável. O evento teve apoio da EcoRodovias, Hidrovias do Brasil, Motiva, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo, além de parceria da CNN Brasil e da Agência iNFRA. O diretor adjunto nacional do SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte), Vinicius Ladeira, também acompanhou os debates.
Fonte: CNT / Foto: Divulgação
