Economia brasileira perdeu força no segundo trimestre, apresentando ritmo mais lento em relação aos trimestres anteriores. Economistas ouvidos pelo g1 explicam o que está acontecendo
Apesar do 16º trimestre consecutivo de alta, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta terça-feira (2) indicam que a economia brasileira perdeu fôlego no segundo trimestre de 2025 — um movimento já esperado por analistas e pelo mercado financeiro.
O PIB brasileiro avançou 0,4% do primeiro para o segundo trimestre de 2025 e acumulou alta de 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo economistas ouvidos pelo g1, a desaceleração tem ocorrido de forma gradual, como uma “escadinha”, resultado de diversos fatores macroeconômicos.
1. Taxas de juros elevadas:
Com a Selic em 15% — o maior patamar em quase 20 anos — o Consumo das Famílias, apesar de firme no segundo trimestre, continua afetado pelos juros elevados.
Segundo o IBGE, os salários reais seguem em crescimento e os programas de transferência de renda do governo permanecem ativos, o que sustenta parte desse consumo.
Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a questão é que a população brasileira segue endividada, e a inadimplência tem aumentado nos últimos meses.
“Muito provavelmente, veremos o consumo desacelerar. Esse movimento vem com intensidade justamente por conta da taxa de juros: mesmo com a renda crescendo, o consumidor sente o efeito dos juros altos e precisa rever suas posições de crédito, decidindo o que manter e como administrar seus recursos”.
Além disso, setores mais sensíveis aos juros, como construção, indústria de transformação e parte do comércio — importantes motores de investimento e consumo — mostraram menor dinamismo.
O economista Maykon Douglas observa que “a parte mais cíclica do PIB caiu de 0,14% para 0,07%, movimento natural diante do aumento dos juros”.
Fonte: G1 – Economia / Foto: Banco de Imagens – Canva