Com a promessa de substituir o débito automático e os boletos, o Pix Automático entra em vigor nesta segunda-feira. Extensão do Pix, a ferramenta permite ao usuário autorizar pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, como microempreendedores individuais (MEI). O cliente autoriza uma única vez, com os débitos ocorrendo automaticamente na conta do pagador.
Desde o fim de maio, o Pix Automático está disponível para todos os clientes do Banco do Brasil. A maior parte das instituições financeiras, no entanto, só começa a oferecer o serviço nesta segunda.
A ferramenta pretende beneficiar tanto empresas quanto consumidores. De acordo com o Banco Central, o débito automático beneficiará até 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito.
Para as empresas, a nova tecnologia facilitará a cobrança ao simplificar a adesão à cobrança automática. Isso porque, o débito automático exige convênios com cada um dos bancos, o que na prática só era possível a grandes companhias. Com o Pix Automático, bastará a empresa ou o MEI pedir a adesão ao banco em que tem conta.
O Pix Automático só é válido para pessoas físicas como pagadoras e empresas ou prestadores de serviços como cobradores. O pagamento periódico entre pessoas físicas, como mesadas ou salários de trabalhadores domésticos, é feito por outra modalidade, o Pix agendado recorrente, obrigatório desde outubro de 2024.
Algumas empresas, principalmente micro e pequenas, usavam o Pix agendado recorrente para cobranças periódicas. O Pix Automático promete simplificar as operações de cobrança.
No Pix agendado recorrente, o pagador tinha de digitar a chave com a conta da empresa, o valor e a periodicidade da cobrança, o que poderia levar a erros e divergências. No Pix Automático, o usuário receberá uma proposta de adesão, bastando confirmar a cobrança, podendo ajustar valores e a frequência dos pagamentos.
O Pix Automático traz alguns riscos de segurança. O principal são falsas empresas que enviam propostas de cobrança que irão para contas de terceiros. Para minimizar o risco de golpes, o BC editou uma série de normas para as empresas que aderirem ao Pix Automático.
Bancos e instituições de pagamentos deverão checar uma série de informações das empresas, divididas em três eixos: dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço ofertado no Pix Automático e histórico de relacionamento com o participante. Para impedir fraudes por empresas recém-criadas, somente empresas em atividade há mais de seis meses poderão oferecer a nova modalidade do Pix.
O lançamento hoje deve reduzir as barreiras que ainda impedem muitos brasileiros de contratar serviços pagos mensalmente. A nova funcionalidade permite que pagamentos recorrentes sejam agendados de forma automática, sem a necessidade de cartão de crédito ou conta em banco tradicional, usando apenas uma chave Pix e um aplicativo de pagamentos.
Embora o Pix já esteja presente na rotina de mais de 160 milhões de brasileiros, o modelo tradicional de cobrança recorrente ainda dependia, na maior parte dos casos, de cartão ou débito bancário formal. Estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas no país ainda não têm acesso pleno a esses serviços, mesmo utilizando o Pix em suas transações cotidianas. Com o Pix Automático, essa população passa a ter uma alternativa mais acessível para aderir a serviços de assinatura e pagamentos fixos, com mais previsibilidade e menor burocracia.
“O Pix Automático amplia o acesso a pagamentos recorrentes porque conta com uma infraestrutura tecnológica que remove barreiras tradicionais de cobrança. Os Iniciadores de Transação de Pagamento viabilizam essa camada de tecnologia, permitindo que o agendamento e a autorização dessas cobranças aconteçam de forma segura, simples e acessível para milhões de pessoas”, afirma Gustavo Lino, diretor-executivo da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos – ITPs (Init).
Fonte: Monitor Mercantil
