A indústria de caminhões ultrapassou as 100 mil unidades vendidas no mercado nacional, com 106.320 veículos emplacados de janeiro a outubro, 50,4% a mais que no mesmo período de 2020, quando foram comercializados 70.697 veículos no mercado brasileiro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “É o melhor resultado acumulado em dez meses desde 2014, o que mostra que o setor está num patamar diferenciado”, disse Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea.
Em outubro a retração de 5% nas vendas em relação a setembro, com 11.047 veículos, não é preocupante, segundo Saltini, pois teve um dia útil a menos. “A média diária de setembro foi de 550 veículos e em outubro foi de 552 veículos. Se tivesse um dia a mais em outubro haveria empate no licenciamento”, observou.
Do total de caminhões comercializados até outubro, a maior participação foi dos modelos pesados, que alcançaram 54.730 veículos emplacados no país, 56% a mais que no mesmo período de 2020. Na sequência estão os semipesados com 26.409 unidades comercializadas, 46,9% superiores ao que foi vendido nos dez meses do ano passado. De modelos leves foram 10.141 unidades, 41,2% maior que em igual período de 2020. Os médios somaram 9.117 unidades, 34,9% acima dos dez primeiros meses de 2020, e de semileves foram 5.923 unidades, superando em 60,3% o total de janeiro a outubro de 2020.
Produção
A produção de caminhões totalizou 13.582 unidades, 1,7% menos que em setembro (13.816 veículos), mas se comparada com outubro de 2020 (10.902 unidades) é 24,6% maior, se destacando como o melhor resultado de outubro desde 2013. “Apesar de todos os transtornos, principalmente a falta de componentes e semicondutores, percebemos que a indústria vem tentando manter o ritmo adequado de produção para abastecer o mercado”, afirmou Saltini.
Entre janeiro e outubro o mercado de caminhões chegou a 131.884 veículos produzidos, 91,2% a mais que nos dez primeiros de 2020, quando foram fabricados 68.977 veículos. “É difícil fazer comparação com 2020, por causa da pandemia, mas o volume de produção até outubro é bem significativo e o melhor acumulado desde 2013”, comentou o vice-presidente da Anfavea.
Exportações
Nas exportações a indústria de caminhões também teve desempenho positivo, com 2.305 veículos embarcados em outubro, 16,6% a mais que em setembro (1.976 unidades), e 18.964 unidades nos dez primeiros meses deste ano, aumento de 86,4% sobre igual período de 2020.
Os principais mercados foram Argentina, Chile e Peru e o destaque foram os caminhões pesados com 9.363 unidades, seguidos pelos semipesados com 5.181 veículos. De modelos leves foram exportadas 2.845 unidades até outubro deste ano, os médios somaram 953 unidades e os semileves, 622 unidades.
Em CKD (veículos desmontados) as montadoras exportaram 4.686 caminhões, 30,2% a mais que nos dez primeiros meses de 2020, quando os embarques totalizaram 3.269 veículos.
O vice-presidente da Anfavea ressaltou que é preciso melhorar a competitividade do Brasil, e ter condições adequadas para que possa de fato colocar o Brasil no lugar como um grande produtor e exportador de veículos.
Saltini disse que é preciso avaliar como reduzir o custo Brasil e citou o Reintegra (Regime especial de reintegração de valores tributários), o qual considera ser um mecanismo importante para que a indústria de forma geral possa exportar em condições mais adequadas de competitividade.
Ranking
No ranking de janeiro a outubro a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, com a venda de 30.712 caminhões, 48,6% a mais que no mesmo período do ano passado (20.665), e o segundo lugar coube à Mercedes-Benz, que teve 27.777 veículos comercializados no país, 32,4% acima dos dez meses de 2020 (20.978 unidades).
A Volvo ocupou a terceira posição com 17.868 caminhões vendidos até outubro, 51,7% superiores ao mesmo período de 2020 (11.779 caminhões), e a Scania em quarto com 12.911 veículos, 102,4% a mais que em janeiro e outubro de 2020 (6.379 caminhões).
A Iveco, quinta colocada, vendeu 6.772 veículos, 70,4% acima dos dez primeiros meses de 2020 (3.974 unidades) e a DAF, que ficou em sexto lugar, comercializou 4.540 caminhões, 42,1% a mais que no mesmo período de 2020 (3.194 unidades).
Elétricos e a gás
Incluindo caminhões e ônibus, o número de veículos com novas tecnologias de propulsão emplacados de janeiro a outubro no país totalizou 224 unidades, sendo 157 elétricos e 67 a gás. Em 2020 foram 86 veículos, 45 a gás e 41 elétricos.
FONTE: Transporte Moderno – https://transportemoderno.com.br/2021/11/08/vendas-de-caminhoes-avancam-504-de-janeiro-a-outubro-de-2021/