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Mercado de caminhões sinaliza enfraquecimento com 2,1% de queda na produção em março

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No primeiro trimestre foram produzidos 31.731 veículos, no entanto, a queda no volume de março sinaliza uma possível retração nos próximos meses, reflexo do impacto crescente da alta taxa de juros, segundo a Anfavea

O mercado de caminhões começa a dar sinais de enfraquecimento ao registrar queda de 2,1% na produção em março, que atingiu 11.720 unidades, ante os 11.970 veículos fabricados em fevereiro deste ano, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em comparação com março de 2024, quando foram produzidas 11.224 unidades, houve aumento de 4,4% na produção. No acumulado do primeiro trimestre, o desempenho também segue positivo, com 31.731 veículos fabricados, alta de 8,2% sobre as 29.327 unidades registradas no mesmo período do ano passado. “Esse crescimento é referente às compras realizadas no fim do ano passado e a tendência é de a produção mensal comece a cair, pois, a partir de agora, vamos ter pedidos menores e produção menor devido à alta na taxa de juros”, disse Igor Calvet, que a partir do dia 15 de abril assume o cargo de presidente executivo da Anfavea.

Do total de caminhões produzidos no primeiro trimestre deste ano, 16.759 unidades correspondem a modelos pesados, volume 3,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2024. Os demais segmentos apresentaram desempenho positivo. Foram produzidas 8.933 unidades de modelos semipesados, alta de 28,4%, e 1.305 veículos médios, com expressivo crescimento de 91,3%. Os modelos leves somaram 4.550 unidades, avanço de 9,8%, enquanto os semileves totalizaram 184 unidades, alta de 35,3%.

Vendas

As vendas em março superaram em 4,5% as de fevereiro, totalizando 9.372 unidades. No entanto, em relação a março de 2024 (9.887 unidades), houve declínio de 5,2%. No acumulado de janeiro a março deste ano, foram comercializados 27.749 caminhões no país, um aumento de 4,8% sobre o primeiro trimestre de 2024, quando foram vendidas 26.480 unidades.

Calvet destacou que o segmento de pesados, o mais representativo no mercado de caminhões, teve queda de 7% nas vendas no primeiro trimestre deste ano, chegando a 13.132 unidades, o que faz acender a luz amarela no setor. “A previsão de safra recorde não refle em vendas de caminhões pesados, pois a alta taxa de juros – que causa impacto direto neste setor – e o cenário conturbado fazem com que sejam postergados os investimentos nesse segmento ”, destacou o novo presidente da Anfavea. “Além disso, há maior endividamento dos empresários do agro, aumento da inadimplência, embora não seja generalizado, e preço baixo das commodities.”

No segmento de semipesados, as vendas aumentaram 22,3%, atingindo 8.351 unidades. Nos médios, cresceram 14,1%, chegando a 2.290 unidades. No de leves, as vendas avançaram 27,8%, com 2.523 unidades, e nos semileves tiveram redução de 6,1% totalizando 1.453 unidades.

No ranking do setor, a liderança ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, com a venda de 6.719 caminhões no primeiro trimestre, 2,6% a mais que no mesmo período de 2024 (6.548 unidades). O segundo lugar é ocupado pela Mercedes-Benz, com 6.252 veículos comercializados no país, 16,0% a mais do que nos três meses de 2024 (5.391 unidades), e o terceiro pela Volvo, com 5.311 veículos emplacados, 9,3% superior a janeiro a março de 2024 (4.676 unidades).

A Scania, quarta colocada, vendeu 3.971 caminhões até março, 9,1% a menos que no primeiro trimestre do ano passado (4.368 unidades), e a Iveco, que está em quinto lugar, comercializou 2.089 caminhões de janeiro a março, 22,1% a mais que nos três meses de 2024 (1.711 unidades). A DAF, que ocupa o sexto lugar, vendeu 2.066 veículos, 7,6% abaixo de janeiro a março de 2024, cujo volume totalizou 2.236 unidades.

Exportações

Nas exportações, o desempenho foi positivo, com 2.620 unidades em março, o que representou crescimento de 13,5% em relação a fevereiro (2.305 unidades) e de 91,5% em relação a março de 2024 (1.368 unidades).

No acumulado de janeiro a março deste ano, as exportações de caminhões atingiram 5.947 unidades, 79,0% superiores aos 3.322 veículos exportados em igual período de 2024. Do total exportado, 3.344 unidades são de modelos pesados, 1.538 semipesados, 789 leves, 206 médios e 70 semileves.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que o aumento de 40,6% nas exportações de todos os modelos de veículos, que atingiram 115.645 unidades no primeiro trimestre de 2025, teve grande participação da Argentina, que absorveu 58% dos embarques, com 67.630 unidades.

Em CKD (veículos desmontados), as montadoras exportaram 1.443 veículos de janeiro a março deste ano, 18,28% inferior aos 1.766 veículos exportados no mesmo período de 2024.

Fonte: Transporte Moderno / Foto: Divulgação