Um recente relatório do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção de Trabalho no Brasil (SIT), elaborado pelo Ministério do Trabalho colocou luz sobre uma questão crucial dentro dos setores de logística e transporte de carga: a segurança.
Segundo dados, os motoristas de veículos de carga e os trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias aparecem entre as 10 ocupações com mais registros de lesões no país. Juntas, essas duas categorias somaram mais de 212 mil acidentes entre 2014 e 2021. Já as duas principais situações de acidentes são os impactos de pessoas contra objetos (634 mil ocorrências) e outros impactos sofridos por pessoas (588 mil registros).
O Radar SIT também mostra que veículos, máquinas e equipamentos são os principais agentes causadores de acidentes de trabalho, com mais de 1,6 milhão de ocorrências em sete anos, o que representa um terço de todos os registros no país nesse período.
Diante desses números assombrosos, é mais que necessário as empresas darem uma maior atenção às questões de segurança na logística e no transporte de cargas.
Norma Regulamentadora 12 (NR 12)
Um dos caminhos para melhorar o saldo do setor é cumprir as normas obrigatórias, como a NR 12, que determina uma série de equipamentos e regras quanto à segurança. Entretanto, o descumprimento destas é bem corriqueiro também. O setor de transporte, armazém e correio é o 5º com maior número de autuações por descumprimentos de normas trabalhistas. Foram mais de 163 mil registros desde 2012.
Afonso Moreira, executivo da AHM Solution, empresa que atua justamente reduzindo danos em operações logísticas comenta que parece não estar claro para essas empresas o real propósito da causa.
“Parece que não está claro para essas empresas que as normas de segurança não devem ser cumpridas apenas para evitar multas, mas sobretudo porque evitam acidentes, salvam vidas, e, como consequência final, até aumentam a produtividade das empresas, pois em ambientes mais seguros é possível produzir mais e melhor.”
Padrão internacional
Além da conscientização, Afonso cita que a adoção de duas normais internacionais podem ajudar na questão. São elas: OHSAS 18001, um padrão para sistemas de gerenciamento de segurança e saúde ocupacional; e a OHSAS 45001, mais atualizada, com um conjunto de diretrizes mais rigorosas, permite que as empresas identifiquem e controlem de forma proativa os riscos ocupacionais.
“As empresas que adotam esses padrões internacionais, além das medidas obrigatórias da NR 12, têm obtido melhores resultados em suas operações logísticas, com aumento de produtividade. Portanto, defendemos que as empresas que buscam excelência operacional apliquem os padrões mais elevados de segurança no trabalho.” Conclui o executivo.
Fonte: Frota&cia – https://frotacia.com.br/logistica-transporte-seguranca/