Delegação do Ministério dos Transportes na COP29 discute estratégias de adaptação da infraestrutura às mudanças climáticas

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Nesta quinta-feira (14), a delegação do Ministério dos Transportes na COP29, em Baku, no Azerbaijão, participou de reuniões de negociações relacionadas à adaptação dos países participante à mudança do clima. “Nossa pretensão [do governo brasileiro] é que o debate de infraestrutura de transportes entre no contexto da estratégia global de adaptação, visto que os eventos climáticos têm um impacto muito expressivo sobre essa infraestrutura”, afirma o subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides.

Uma das reuniões foi sobre o financiamento de países para a adaptação no âmbito das políticas climáticas: a meta apresentada pelo Brasil na COP29 é reduzir entre 59% e 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em relação às emissões de 2005. Em Baku, o ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou a responsabilidade dos países desenvolvidos na mitigação dos efeitos climáticos. “Somos potência ambiental, podemos dar o bom exemplo e cobrar responsabilidade dos países mais ricos do mundo, os maiores emissores e que podem dar a maior contribuição para frear a mudança do clima que agride o planeta, eleva as temperaturas e causa comportamentos climáticos extremos”, disse.

Estratégias globais e locais também foram discutidas nos encontros como forma de fortalecer o Objetivo Global de Adaptação, além de desenvolver indicadores para monitorar os avanços em adaptação climática até 2030 e buscar soluções para preencher a lacuna de financiamento para enfrentar os desafios.

No centro do debate
O setor de Transportes é um dos pontos centrais dos diálogos quando o assunto é emergência climática e o Brasil ganha destaque, sendo um dos países com menores índices de emissão de gases de efeito estufa na área de transporte rodoviário, devido à sua política de biocombustíveis, incluindo a mistura de biodiesel ao diesel. Além disso, o Ministério dos Transportes está constituindo os corredores azuis, que vão garantir gás natural e liquefeito para abastecer caminhões que transportam as cargas brasileiras. Um caminhão a gás natural liquefeito emite 30% menos carbono, em comparação a um que usa óleo diesel.

No Brasil, os transportes são responsáveis por cerca de 30% das emissões de CO2. Em 2022, as emissões de CO2 do Brasil atingiram 465 milhões de toneladas, em contraste com a média global de emissões que superou os 33 bilhões de toneladas de CO2. Nos Estados Unidos, as emissões atingiram o patamar de 5 bilhões de toneladas, no mesmo período.

O Brasil também se destaca com a sua matriz energética, composta por 45% de fontes renováveis, incluindo hidrelétricas e biocombustíveis. Em comparação, a participação média global de energias renováveis na matriz energética é de cerca de 13%, com países como a China e os EUA ainda dependendo fortemente de combustíveis fósseis para a geração de energia.

Saberes ancestrais
A agenda desta quinta dos representantes do Ministério dos Transportes em Baku incluiu o painel de mulheres quilombolas e ações territoriais. No encontro, lideranças puderam compartilhar o uso das tecnologias e saberes ancestrais quilombolas como soluções sustentáveis que buscam construir uma sociedade mais justa, equitativa e resiliente.

Fonte: Ministério dos Transportes – https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/noticias/2024/11/delegacao-do-ministerio-dos-transportes-na-cop29-discute-estrategias-de-adaptacao-da-infraestrutura-as-mudancas-climaticas