Cantada em verso e prosa no meio do transporte, a calibragem dos pneus é um dos fatores mais críticos — e também mais negligenciados — na gestão de frotas. Apesar dos avanços no monitoramento da pressão e temperatura do solado, muitos operadores não adotam qualquer critério técnico para isso, baseando-se em indicações genéricas ou no “achismo”. “Já vi casos em que o gestor calibra todos os pneus em 100 PSI porque ‘o borracheiro disse’, sem levar em conta se essa é a pressão ideal para o peso transportado”, adverte Laércio Rodrigues, consultor na gestão de pneus com vasta experiência no assunto.
Embora pareça óbvio, o especialista ressalta que a pressão incorreta dos pneus pode reduzir drasticamente sua vida útil. Além de aumentar o consumo de combustível e até mesmo comprometer a segurança no transporte.
Em adição, Laerte reforça que o pneu é o único ponto de contato entre o caminhão e o solo, suportando não apenas o peso do veículo, mas também da carga transportada. “É como se o pneu precisasse estar ‘bombado’ para aguentar o peso. Se a pressão estiver baixa, a estrutura do pneu sofre, assim como nossa coluna sofre com uma carga excessiva”.
Plano de calibragem
Para melhorar a gestão do componente é necessário, antes de tudo, ter um plano de calibragem semanal, escalonando a verificação para garantir que todos os veículos sejam atendidos. Além disso, é preciso capacitar bem os funcionários e ter um bom monitoramento e análise de dados. “A gestão eficiente de pneus começa com informação e processos bem estruturados. Não adianta ter tecnologia se o gestor não sabe o básico, como a pressão recomendada para cada tipo de produto”, alerta o consultor.
A solução? Consultar tabelas técnicas, como as da ALAPA (Associação Latino-Americana de Pneus e Aros), que indicam a pressão correta conforme a carga e a configuração do veículo.
Oferecer bonificações e incentivos também trazem benefícios. “Empresas que recompensam borracheiros e motoristas por pneus calibrados, sem dúvida, alcançam melhores resultados”, comenta Laércio.
Fonte: Frota&Cia