Um estudo da Vixtra, fintech de comércio exterior, analisou os dados relacionados ao frete aéreo, marítimo e rodoviário de 2019 ao primeiro trimestre de 2023. O levantamento foi realizado a partir de dados disponibilizados pelo Ministério da Economia e indica que, desde o início da pandemia, em 2020, os custos seguiram em uma curva de crescimento que teve seu pico no ano passado, quando atingiu 7,2% do custo do produto e começa a dar sinais de queda.
Segundo os dados, em 2019, o custo médio do frete em relação ao do produto correspondia a 3,9%, aumentando para 4,9% em 2020 e alcançando 7% em 2021. Em 2022, houve um aumento adicional para 7,2% e, então, começou a cair. Nos quatro primeiros meses de 2023, o valor chegou a 5,4%.
Frete Rodoviário
O frete rodoviário, na verdade, registrou uma queda durante os anos. Começou com 3,5% em 2019, manteve o valor em 2020, e, posteriormente, caiu para 2,8% em 2021, teve um leve crescimento para 2,9% em 2022 e manteve-se em 2,9% no primeiro tri de 2023.
Frete Marítimo
O segmento marítimo teve uma variação maior que o rodoviário. Começou com 3,7% em 2019, subiu para 4,4% em 2020, alcançou 6,9% em 2021, e depois estabilizou em 7,2% em 2022, caindo para 5,4% nos meses iniciais de 2023.
Frete Aéreo
Já o frete aéreo foi quem teve o maior crescimento em relação ao preço do produto. Em 2019, representava 4,5%, subindo para 6,6% em 2020, chegando a 8,6% em 2021 e posteriormente caindo levemente para 8,2% em 2022 e 5,6% no primeiro quadrimestre de 2023.
Os motivos
As alterações durante os anos no preço do frete estão atreladas à custo dos insumos, escassez de mão de obra (principalmente no rodoviário), reajustes dos combustíveis e impactos da inflação, entre outros. Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, destaca que apesar da pandemia ter iniciado em 2020, os maiores patamares de custos no frete foram em 2021 e 2022.
“Embora a pandemia tenha afetado profundamente as cadeias de suprimentos e o transporte em 2020, é importante considerar que o setor logístico enfrentou desafios adicionais em 2021, como redução de mão de obra no setor de transporte interno (truck) e terminais portuários trabalhando acima da capacidade. Esses problemas geraram outros novos, como escassez de contêineres, atrasos e congestionamentos”. Ele comenta.
Vale destacar também a diferença no aumento entre o frete aéreo e os outros. Leonardo explica que esse é um modal mais sensível ao custo do combustível, manutenção e falta de pilotos. Além da sua característica de ser um frete de transporte rápido e urgente, o que contribui para uma possível situação de custo acentuado. Os modais marítimos e rodoviários são mais estáveis pela sua natureza de longo prazo.
Fonte: Frota&cia – https://frotacia.com.br/estudo-mostra-as-oscilacoes-do-preco-do-frete-nos-ultimos-anos/