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CNT alerta para urgência de investimentos e aprimoramento no pavimento durante Encontro de Asfalto

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Em evento do IBP, entidade destaca impactos econômicos, ambientais e de segurança da infraestrutura deficiente

A ampliação dos investimentos públicos e privados na malha rodoviária brasileira foi um dos principais temas abordados pela diretora executiva da CNT, Fernanda Rezende, durante o 27º Encontro de Asfalto, realizado nesta terça-feira (2), na sede do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), no Rio de Janeiro.

O evento, promovido pela Comissão de Asfalto do IBP e patrocinado pela Petrobras, reuniu representantes da indústria, do governo e da academia para discutir tecnologias e soluções sustentáveis para o setor de pavimentação.

Fernanda Rezende apresentou dados da Pesquisa CNT de Rodovias 2024 e destacou a forte pressão sobre a infraestrutura brasileira. Embora a malha federal pavimentada tenha crescido 40% desde a década de 1980, a frota nacional aumentou mais de 1.000% no mesmo período, o que gerou sobrecarga e aceleração da deterioração do pavimento.

A executiva chamou atenção para a baixa densidade rodoviária do país. “São apenas 25 km de rodovias por 1.000 km², contra 455 km nos Estados Unidos e 452 km na China. Somos um país cuja base da movimentação de cargas e passageiros é a rodovia, mas não temos infraestrutura suficientes para este fim. Isso prejudica custos, segurança e competitividade”, afirmou.

Os dados também mostram os impactos econômicos e ambientais da falta de manutenção. Em 2024, transportadores consumiram 1,2 bilhão de litros adicionais de diesel em função do pavimento degradado, o que representou um custo aproximado de R$ 7 bilhões e resultou em mais de 3 milhões de toneladas de CO2 equivalente emitidas sem necessidade.

Apenas 5% dos trechos avaliados foram classificados como pavimento em perfeitas condições. Quando se analisa o estado geral das rodovias, considerando sinalização, geometria da via e pavimento, 67% da malha apresenta condições regular, ruim ou péssima.

A diretora também alertou para os efeitos dessa situação na segurança viária, já que rodovias públicas registram índices de acidentes e fatalidades significativamente maiores do que trechos concedidos, onde os investimentos são mais regulares. Para a CNT, esses dados reforçam a urgência de elevar os aportes e aperfeiçoar os modelos de gestão da infraestrutura.

Ela defendeu medidas estruturantes como a aprovação da PEC 1/2021, que destina parte das outorgas de concessões ao setor de transportes, a aplicação integral da Cide-Combustíveis na infraestrutura, o fim do contingenciamento do Funset e o fortalecimento de parcerias com entidades financeiras como BNDES, BID e Banco Mundial. “Se investirmos mais em rodovias, todos ganham: transportadores, produtores, o setor de asfalto e a sociedade”, frisou.

O encontro ainda promoveu discussões sobre soluções de baixo carbono, segurança em obras e tecnologias emergentes na pavimentação. Para o IBP, a integração entre diferentes atores do setor é essencial para que o país avance na agenda de inovação e sustentabilidade.

Fonte: CNT / Foto: Divulgação