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Cresce a adesão pela locação de implementos rodoviários

A locação de implementos surge como opção para empresas que não querem investir em ativos ou precisam de equipamentos para atender demandas de ocasião

A locação de veículos comerciais vem ganhando cada vez mais força no mercado de transportes, além do apreço do empresário brasileiro. De acordo com a ABLA – Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, em 2024 foram emplacados mais de 13 mil veículos pesados, um aumento de 31,4% em relação a 2023. Além de máquinas de construção e caminhões, um tipo de equipamento que vem ganhando volume são os implementos rodoviários. “O Brasil tem segmentos que estão começando na locação. Nos EUA, mais de 25% dos equipamentos são alugados, enquanto aqui o número de implementos locados gira em torno dos 5%. Por isso, vemos que há um espaço enorme para crescer”, comenta Sílvio Campos, diretor comercial da Addiante.

Razões para isso é que não faltam. Enquanto o embarcador espera que sua carga seja transportada com segurança e eficiência, o transportador também mira a rentabilidade da operação. Embora muitas empresas ainda enxergam o implemento como um ativo material, já existe uma movimentação das que buscam adotar a locação como uma forma de renovar a frota sem impactar o caixa, por exemplo. “Muitos transportadores usam a locação para testar novos segmentos, como um implemento diferente, antes de comprar”.

Entre as vantagens da modalidade, o executivo destaca o fato da locação não exigir qualquer forma de financiamento ou de investimento em ativos. Acrescente a isso, a possibilidade de diversificação da frota de implementos com diferentes marcas. O diretor também ressalta a busca dos clientes por uma gestão terceirizada. Sem contar a manutenção geral do veículo, incluindo os pneus e dados de telemetria que são ofertados na hora do contrato. “Em cenários de juros altos, a locação se mantém vantajosa. O risco do valor residual fica com a locadora, não com o cliente”, ressalta Campos.

Planos sob medida

Atualmente, a empresa oferece várias modalidades de locação, de acordo com a necessidade do contratante. A começar pela básica com manutenção preventiva; depois com manutenção completa e completa + gestão de pneus. No caso dos pneus, questão chave para várias transportadoras, é fixado um valor mensal para a locadora fazer toda a gestão terceirizada. Novas demandas vêm surgindo, como a necessidade de contar com uma equipe in loco para manutenção de operações severas, caso da mineração.

A gestão de dados, primordial em carretas, também tem gerado informações valiosas no caso dos implementos, como frenagem independente do caminhão e odômetro específico, essencial para multi-implementos. “Nossa torre de controle centraliza telemetria de todas as marcas, comparando desempenho em tempo real. Aliás, incluímos uma IA que gera relatórios em formato de ‘telejornal’, a fim de facilitar o entendimento”. Para o futuro, a ideia da empresa é expandir esse serviço de gestão de dados para equipamentos que não sejam alugados.

Na visão de Silvio Campos, a locação vai crescer naturalmente, como aconteceu historicamente com veículos leves, iniciando pelos nichos e depois para o geral. Grandes frotistas já adotam parcialmente e embarcadores buscam renovação ágil. “Além disso, é uma proteção contra a volatilidade, ao mitigar riscos de infortúnios. Crises econômicas ou mudanças tributárias, por exemplo, impactam menos para quem loca, já que o risco residual é da locadora”.

Segundo Silvio Campos, as modalidades pautadas pela sazonalidade dominam o mercado de locação. No agro, equipamentos canavieiros e tanques têm alta demanda no período de colheita. O mesmo ocorre no mercado de distribuição, onde os baús e siders são muito requisitados pelo varejo. Já as versões graneleiras e basculantes, ainda que tenham recuado recentemente, é certo que tendem a voltar. “A sazonalidade é um fator preponderante. Muitos clientes usam um implemento para grãos na colheita e outro para carga fechada no restante do ano”, afirma o diretor.

Fonte: Frota&Cia / Foto: Divulgação