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Setor de transportes alerta para impacto da mistura de biodiesel nos fretes

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O setor de transporte tem enfrentado desafios diante do aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel comercializado no país. O encarecimento do frete e os crescentes custos de manutenção de caminhões têm preocupado transportadoras e parlamentares, que apontam efeitos colaterais na política de descarbonização do setor.

Durante evento promovido pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), nesta quinta-feira (23/10), a senadora Kátia Abreu (PP-TO) alertou que, embora o biodiesel seja essencial para a transição energética, sua composição atual tem provocado problemas técnicos e impacto econômico direto sobre o transporte de cargas.

“O biodiesel trouxe avanços, mas também problemas sérios para o transporte. Estamos enfrentando entupimento de filtros, bombas e bicos injetores, especialmente nos caminhões mais antigos. Isso aumenta o custo do frete, reduz a eficiência e, paradoxalmente, faz com que se emita mais CO2”, afirmou Abreu.

A parlamentar destacou que o transporte responde por 32% das emissões nacionais de gases de efeito estufa, o que o torna um dos setores mais estratégicos na transição para uma economia de baixo carbono. “Nosso foco é limpar essa matriz. Não há PIB, não há produção, não há país sem transporte. Mas precisamos buscar soluções que conciliem sustentabilidade e competitividade”, reforçou.

A senadora defendeu o avanço de alternativas como o diesel coprocessado com 5% e 10% de conteúdo renovável (R5 e R10), desenvolvido pela Petrobras, por apresentar maior estabilidade química e queima mais limpa. “O R5 e o R10 são combustíveis de alta qualidade, sem glicerina e sem risco de solidificação. Precisamos ampliar sua produção e distribuição, com preço justo e escala suficiente para atender o setor”, completou.

Caminhos para a descarbonização

Com o tema “Caminhos para a Descarbonização dos Transportes”, o encontro reuniu lideranças políticas e empresariais para discutir os desafios de equilibrar a transição energética com a competitividade do setor. O evento se propôs a ser um espaço de diálogo sobre políticas públicas, inovação e sustentabilidade, temas centrais para o futuro da mobilidade e da infraestrutura no país.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que a companhia está “de cabeça na transição energética”, mas ponderou que o processo precisa ocorrer de forma segura e gradual. “Não há bem-estar social sem segurança energética, e não há segurança energética sem zelar pelo clima. Essas coisas precisam andar juntas. O transporte é essencial nessa equação”, afirmou.

Magda lembrou que a Petrobras reduziu em 60% as emissões de CO2 e metano em suas operações nos últimos 10 anos e vem ampliando a oferta de combustíveis mais limpos, como o diesel coprocessado com 10% de conteúdo vegetal, já utilizado na COP30. “Nosso desafio é crescer junto com o Brasil, adicionando energia cada vez mais renovável sem comprometer a segurança do abastecimento”, concluiu a executiva.

Fonte: Correio Braziliense