Preço do frete: veja como negociar

Saber calcular o preço do frete, no caso do profissional do transporte, é fundamental. Sobretudo em um momento em que os custos não param de subir. Aliás, manter a manutenção preventiva do caminhão em dia reduz os riscos desse tipo de susto. Além disso, deve haver uma reserva para despesas inesperadas. O Estradão conversou com vários especialistas do setor. Como resultado, listamos o que não pode ser deixado de fora na hora de calcular o preço do frete. Confira:

Segundo o assessor-técnico da Associação Nacional do Transporte de Carga (NTC&Logistica), Lauro Valdivia, muitos profissionais não fazem o básico. Conforme o especialista, a ânsia de fechar o contrato, ele nem sequer analisam os custos para realizar o serviço. ?Principalmente no caso do autônomo, o mais comum é calcular apenas o custo do combustível. Ou seja, ele não inclui desgaste de pneus, revisões, troca de óleo e outras despesas, que acabam sendo diluídas no dia a dia.

Segundo Valdivia, o caminhoneiro deve entender que não quem oferece o serviço que dita o preço do frete. De acordo com ele, negociar é o melhor caminho. Porém, o assessor-técnico reconhece que esse é um assunto difícil de tratar no dia a dia. “Contudo, não é impossível se o profissional tem conhecimento, bem como disposição para aprender.”

Tabela de preço do frete
Nesse sentido, a tabela de preço do frete, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), é uma boa ferramenta. Criada em 2018, ela traz o mínimo que deve ser pago por transportadoras e embarcadores. Segundo a legislação, os preços referem-se ao quilômetro rodado por eixo. Bem como a referência em distância, tipo de carga e uma planilha de cálculo, que permite apurar quanto o caminhoneiro deve cobrar. A determinação é que os valores sejam reajustados toda vez que o preço do diesel subir ou cair a partir de 10%.

Porém, uma queixa constante dos motoristas é o não cumprimento da lei. Além disso, boa parte dos autônomos não utiliza essa ferramenta. Reportagem publicada recentemente pelo Estradão mostra que quase metade dos caminhoneiros desconhece a tabela de preço de frete. O dado é resultado de estudo feito pela Confederação Nacional do Transportador Autônomo (CNTA).

Conheça bem seu caminhão
Outro aspecto crucial para a boa saúde financeira do caminhoneiro é conhecer todos os custos para manter o caminhão. Segundo o responsável pela comunicação da Fretebras, Igor Zuppo, isso faz toda a diferença na hora de calcular o preço do frete. Conforme o especialista da plataforma eletrônica de oferta de fretes, além de saber a média de consumo de diesel, o motorista precisa conhecer aspectos como o desgaste de pneus, freios e bateria, entre outros. ?Isso também garante a segurança do motorista”, diz

Pagamento de impostos, taxas e outros serviços também não costumam ser lembrados pelos caminhoneiros. Do segundo grupo fazem parte os rastreadores e as tags de pedágio, por exemplo. Nesse caso, é preciso saber qual é a despesa mensal. Além disso, é recomendável fazer um planejamento prévio da viagem. Se fizer isso, o motorista tem como saber previamente quanto vai pagar de alimentação, por exemplo.

Bem como pode programar onde vai parar descansar e abastecer. Dessa forma, o caminhoneiro também poderá ter uma ideia do preço do combustível e de outros itens tanto no local de partida, quando ao longo do caminho e no destino. Portanto, são pequenos detalhes que, juntos, ajudam a reduzir o custo e aumentar o lucro.

Negociação transparente
Algo que pode parecer óbvio, mas que nem sempre acontece, é a transparência na negociação. Assim, o caminhoneiro deve ser muito claro na hora de negociar. Além disso, nunca deve aceitar receber menos do que o mínimo necessário para cobrir seus custos. Há ferramentas gratuitas que ajudam o profissional a fazer esses cálculos. Uma delas é a calculadora de frete da ANTT. A Fretebras também oferece esse tipo de solução.

Fonte: Estradão – https://estradao.estadao.com.br/caminhoes/preco-do-frete-veja-como-negociar/