Graças à Manitowoc EnCORE, uma peça central na construção de Angra 3 está de volta

Um guindaste de lança treliçada Manitowoc 4600 superou anos de corrosão devido a clima costeiro com trabalho dedicado da equipe EnCORE.

O processo de remanufatura durou 22 meses e envolveu 12 especialistas EnCORE do Brasil e dos EUA, que substituíram mais de 600 componentes críticos.

A equipe também atualizou o sistema operacional do guindaste e instalou um moderno sistema de monitoramento de carga que fornece ao operador informações cruciais para trabalhar com eficiência.

A equipe EnCORE da Manitowoc acaba de finalizar uma reforma completa de um guindaste de esteira de lança treliçada Manitowoc 4600 em Angra dos Reis, Rio. Adquirido pela estatal brasileira Eletronuclear em 1982, o guindaste foi usado na construção de Angra 2, a segunda usina nuclear do país. Agora, a nova missão da máquina remanufaturada é construir Angra 3, o terceiro e último reator da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), complexo onde se encontram as usinas.

A reforma completa durou 22 meses e envolveu 12 especialistas da EnCORE do Brasil e dos Estados Unidos. Ricardo Cunha, gerente de suporte de produto da Manitowoc no Brasil, explicou que o guindaste ficou parado ao ar livre por quase seis anos e sofreu profundos danos por corrosão devido à exposição direta a chuvas, calor extremo e maresia — a usina está localizada na bela praia de Itaorna.

“Ao desmontarmos o equipamento, vimos que precisávamos substituir peças da estrutura e mais de 600 componentes críticos, entre motores, bombas, válvulas e sensores. Algumas dessas peças não foram fáceis de encontrar – este é um guindaste peculiar montado em um ringer. Não existem muitos outros como esse no mundo”, disse Cunha.

A singularidade deste Manitowoc 4600 foi exatamente o que levou a Eletronuclear a optar por uma reforma completa em vez de comprar um substituto. A lança principal do guindaste está posicionada no anel (ringer), que também suporta o contrapeso. Essa configuração garante maior capacidade de elevação em raios operacionais maiores quando comparado com guindastes similares. O Manitowoc 4600 será usado para erguer partes de até 80 t a 42 m de altura e até 60 m de raio.

“Por causa da configuração do ringer, esta máquina com capacidade de 600 t pode erguer peças de metal muito pesadas usadas na construção do reator da usina a uma longa distância. Se tivessem optado por um guindaste móvel novo, seria necessário utilizar uma máquina com capacidade muito superior para realizar a mesma tarefa”, explicou Cunha.

Bruno Bertini, chefe do departamento de montagem eletromecânica da Eletronuclear, explica que sua equipe fez pesquisas de preços e chegou à conclusão de que alugar um guindaste de capacidade superior sairia muito mais oneroso do que a reforma da 4600.

“A economia que a reforma da máquina iria gerar quando comparada com a locação de um outro guindaste, claro, foi determinante, mas também a presença da equipe da fabricante Manitowoc à frente deste projeto nos deu a segurança que precisávamos para decidirmos pela reforma completa e certificada,” afirma Bertini. “Sabíamos que o desafio seria grande, mas ao longo do processo vimos o comprometimento da Manitowoc com a qualidade do serviço prestado”.

Além da substituição de peças e componentes, a equipe EnCORE também atualizou o sistema operacional do guindaste e instalou um moderno sistema de monitoramento de carga, que fornece ao operador informações cruciais para trabalhar com eficiência.

Parte vital do projeto

O guindaste de lança treliçada Manitowoc 4600 faz parte do cenário do complexo onde estão localizadas as usinas de Angra há 40 anos. Após a construção de Angra 2, em 2000, ele foi designado para construir o terceiro reator. Em 2011, o guindaste recebeu uma reforma e algumas atualizações, e continuou trabalhando no local até 2015, quando a construção foi paralisada. O planejamento do projeto foi retomado em 2021, quando então a Eletronuclear voltou a contatar a equipe da Manitowoc: o 4600 seria uma peça vital para a retomada construção.

“Este é o maior e mais antigo guindaste que temos no nosso pátio. Faz parte da história do complexo de Angra. Frequentemente recebemos mensagens cheias de saudosismo de antigos operadores perguntando sobre a reforma do guindaste, quando ele voltará a operar. É fantástico vê-lo totalmente reformado, pronto para o trabalho,” afirma Bertini.

Os dois reatores nucleares do Brasil, Angra 1 e Angra 2, geram cerca de 2% da eletricidade do país. Com Angra 3, a energia nuclear vai gerar, ao todo, o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Eae Máquinas – https://eaemaq.com.br/noticias-do-mercado/gracas-a-manitowoc-encore-uma-peca-central-na-construcao-de-angra-3-esta-de-volta/