Defasagem imposta pela Petrobras balança o mercado de combustíveis no Brasil

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Em maio deste ano, a Petrobras lançou uma nova política de preços, que se constitui segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), na redução de 1% e 9% nos preços da gasolina e do diesel, e respectivamente, na bomba. A mudança se dá pois a estatal já vinha mantendo valores próximos de estratégias já utilizadas nas vendas. Por seis anos, a Petrobras trabalhou com uma política que favorecia importadores denominada de política de paridade de importação, que para os olhos da empresa era vantajoso o custo de importação apresentava ser maior do que o custo da produção nas refinarias.

Foi explicado que os novos preços para as distribuidoras estariam num intervalo entre o maior valor que um comprador poderia pagar, antes de procurar outro fornecedor e o menor valor que a estatal pudesse praticar na venda mantendo o lucro. Entretanto, a defasagem no preço dos combustíveis pode dificultar o abastecimento do diesel no mercado.

Em Minas Gerais o diesel poderá apresentar falta nos postos do estado, isso segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Minaspetro), isso porque as distribuidoras estão cortando pedidos, e isso pode ser pela defasagem do preço nacional em comparação com os valores praticados no mercado internacional. Em regiões do interior ou redes/postos de marca própria podem sentir o reflexo antecipadamente nas grandes capitais.

“Rumores recentes apontam que Rondônia; Pará; Minas Gerais; Mato Grosso; Paraná; Santa Catarina, têm encontrado restrições para comprar diesel S500. A situação pode ser pior no caso do diesel S10. Há relatos de cortes no fornecimento em 11 unidades da Federação: Rondônia; Pará; Tocantins; Rio de Janeiro; Distrito Federal; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Goiás; Paraná; Santa Catarina; Rio Grande do Sul”. comenta Raquel Serini, Coordenadora de Projetos e Economista do Instituto de Paulista do Transporte de Cargas (IPTC).

Nesta terça-feira (15) foi anunciado pela Petrobras os novos preços da gasolina e do diesel no Brasil. O reajuste passará a ser de R$ 0,41 para a gasolina e de R$ 0,78 no diesel, a partir desta quarta-feira (16). A valoração que será passado pelas bombas sofrerá também com impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. Segundo a Petrobrás, o movimento acontece devido à implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporando parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística.

Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigou os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes. Para o Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC SP) ainda assim, pela consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a produtora no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, alega ser necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras.

No caso da gasolina a última alteração divulgada foi em 01 de julho de 2023, com uma redução na ordem de -5,3%, comercializada a R$ 2,52 por litro. Com a determinação recente, é comercializado a R$ 2,93 com um aumento de R$ 0,41 por litro representando alta de 16%. Em 2023, foram 6 reajustes para a gasolina, sendo 2 aumentos e 4 reduções. Já para o diesel foram 6 reajustes, sendo 1 aumento e 5 reduções, mas longe de ser na mesma proporção.

O IPTC vem monitorando de perto essas oscilações do mercado mesmo com as reduções consecutivas o diesel ainda acumula uma alta de 13,59% de janeiro/2022 a agosto/2023 nas refinarias. Com a gasolina o movimento foi inverso, mesmo com o último aumento o combustível acumula uma variação negativa de -5,18% nas refinarias. Percebe-se que o diesel ainda tem uma grande margem para reduzir o preço.

Impactos
Considerando o aumento anunciado para entrar em vigor hoje (16), na ordem de 26%, isso elevará os custos do transporte de cargas lotações em 5,60% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias (6000 km). Já para as operações de carga fracionada o impacto médio é de 2,61%.

“Nesse caso, toda e qualquer majoração, deve ser avaliada e repassada pelas empresas, a fim de estabelecer o equilíbrio financeiro de suas atividades, mesmo que não haja previsão anteriormente mencionada em contrato, a empresa pode solicitar uma nova negociação através da formalização de uma proposta comercial com aceite”. comenta Serini.

Nos próximos dias, haverá a publicação de uma nova tabela de piso mínimo da ANTT, frente a oscilação de preços do diesel obedecendo ao gatilho de 5% para mais ou para menos nos reajustes dos coeficientes de deslocamento (CD) fique atento.

Fonte: Blog do Caminhoneiro – https://blogdocaminhoneiro.com/2023/08/defasagem-imposta-pela-petrobras-balanca-o-mercado-de-combustiveis-no-brasil/