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CNI recomenda teste de viabilidade e integração nos projetos de transportes

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O desenvolvimento de uma infraestrutura de transportes moderna e eficiente é essencial para ampliar a competitividade do setor produtivo, reduzir custos logísticos e inserir o país nas principais cadeias globais de valor.

O estudo Planejamento de Transportes e as Novas Rotas de Integração Logística na América do Sul, divulgado nesta terça-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), traz recomendações para que o Brasil aprimore os planos e a execução de sua política de transportes.

A CNI propõe ao governo mudanças no novo ciclo do Planejamento Integrado de Transportes. O estudo traz uma proposição central de que nenhum projeto deveria avançar no ciclo de planejamento sem antes passar por um teste de viabilidade, com o uso de uma análise de custo-benefício, e a identificação de falhas críticas que impeçam sua implantação, operação ou a provisão dos serviços decorrentes, além da avaliação integrada de projetos.

O setor industrial brasileiro enfrenta inúmeros gargalos logísticos como congestionamentos nos grandes centros urbanos, estradas esburacadas e sem conservação, ferrovias sucateadas, portos com restrições em termos de espaço e limitações de acessos terrestre e marítimo, déficit de armazéns, baixa integração entre os modos de transporte, dentre outros problemas graves.

O estudo menciona obras iniciadas sem projeto básico e executivo, que se arrastam há mais de duas décadas, como a da Ferrovia Transnordestina. Também detalha as melhores soluções para as cinco principais rotas de integração da América do Sul. Na avaliação da CNI, o planejamento de transportes é um pilar central para a construção de um país mais integrado e competitivo.

“A modernização da infraestrutura de transportes representa mais do que eficiência operacional para a indústria. É um vetor de desenvolvimento econômico e social”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban. “A integração entre os diferentes modais, a racionalização dos investimentos públicos e privados e a busca por soluções sustentáveis de transporte são fatores determinantes para ampliar a produtividade nacional”, acrescenta.

De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), de abril deste ano, 220 obras federais de transporte estão paralisadas no país – 19% do total de empreendimentos. O presidente da CNI observa que essas paralisações significam custos elevados e atraso para a logística de escoamento de cargas industriais.

“Estradas, ferrovias, aeroportos, hidrovias e portos bem estruturados reduzem o Custo Brasil, aumentam a atratividade para novos investimentos e fortalecem a capacidade de as empresas brasileiras competirem no mercado internacional. Ao mesmo tempo, são fatores essenciais para melhorar qualidade de vida da população, com impactos positivos sobre o emprego, a renda e o bem-estar social”, destaca Alban.

Contribuições para o Plano Nacional de Logística
O estudo busca contribuir com o Plano Nacional de Logística (PNL 2050), em elaboração pelo governo federal. A CNI tem participado ativamente desse processo, apresentando contribuições e sugestões em nome do setor industrial, com a expectativa de que o PNL corrija problemas estruturais do modelo vigente.

De acordo com o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, o país não apenas investe pouco no setor de transportes, como aplica de forma ineficiente os recursos disponíveis. “Nas últimas duas décadas, os investimentos em transporte e logística no Brasil têm sido entre 0,4% e 0,7% do PIB ao ano, frente a uma necessidade de algo em torno de 2,2%. Ao longo dos anos, avançamos na adoção de melhores regras de transparência e governança dos investimentos, mas ainda assim é preciso evoluir significativamente para garantir uma alocação mais eficiente desses recursos”, diz.

“O país deve aprender com os erros e acertos passados. Em infraestrutura, falhas na governança dos projetos vêm levando há muitas décadas a baixa produtividade dos investimentos no setor, particularmente em transportes. Este trabalho é uma tentativa de contribuir para a melhoria do processo de planejamento, inclusive para que possam ser descartados projetos inviáveis”, enfatiza o diretor da CNI. “Os recursos são escassos e precisam ser usados com eficiência, minimizando sua má alocação e mirando o interesse público”, completa Roberto Muniz.

5 rotas de Integração na América do Sul
O estudo da CNI também mapeia rotas estratégicas para melhorar a integração logística da América do Sul. O trabalho aponta a necessidade de melhoria da governança no processo de planejamento de transporte. Ao avaliar os projetos de integração sul-americana, conduzidos pelo governo, não são encontradas evidências ou semelhanças com os critérios metodológicos de seleção de projetos do modelo em curso (PIT 2019-23).

O trabalho da CNI menciona preocupações com os critérios de escolha e priorização dos projetos, bem como defende a necessidade de análises mais rigorosas de custo-benefício e de cálculo da taxa social de retorno das iniciativas. Por fim, ressalta a necessidade de maior transparência e melhoria na governança no novo ciclo de planejamento (PIT 2024-27).

Fonte: CNI