A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira que a pandemia de covid-19 causou uma desorganização “sem precedentes” na logística do comércio internacional. Congestionamentos nos portos, falta de equipamentos e valores de frete excessivamente altos são algumas das consequências apontadas em webinar realizado na terça com associações e empresas que atuam no comércio exterior brasileiro.
Um mapeamento realizado este mês com 128 empresas e associações industriais – e apresentado também ontem – mostra que mais de 70% sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade observou o cancelamento ou a suspensão de alguma escala de programa ou serviço regular. Os dados mostram ainda que 96% sentiram aumento no valor do frete de importação e 76%, no das exportações.
Gerente de logística comercial da Unctad, braço de comércio da Organização das Nações Unidas (ONU), Jan Hoffmann destacou durante o evento que as dificuldades enfrentadas pelo Brasil em função da falta de opções logísticas e da disparada do custo do transporte marítimo estão afetando as cadeias produtivas em diferentes partes do planeta.
Segundo a CNI, em 2020, após as primeiras medidas de lockdown começarem a ser adotadas em diferentes países, as previsões apontavam para uma forte retração do comércio, que seria revertida apenas com o fim da pandemia. De fato, no primeiro semestre do ano passado, diversos setores produtivos interromperam suas atividades, o que pressionou as empresas de navegação a adotarem medidas como o cancelamento de escalas e serviços de transporte para mitigar os prejuízos em função da queda na demanda.
Por outro lado, a progressiva retomada da atividade econômica em julho do ano passado, em diversos países, levou a uma disparada de encomendas por insumos e mercadorias do comércio exterior em níveis acima das projeções e da capacidade logística dos armadores e terminais portuários.
Segundo a CNI, o epicentro desse desbalanceamento entre oferta e demanda se concentrou na China, maior exportadora de produtos manufaturados do planeta, onde se acumulavam produtos nos armazéns e portos, faltavam contêineres vazios e se formavam filas de navios na espera por espaços para atracação.
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FONTE: Valor Econômico