Integrando as atividades do Novembro Negro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) participou, como colaboradora ativa, do treinamento para letramento de servidores e colaboradores do Ministério dos Transportes, ANTT, DNIT e Infra S.A. Como parte da programação de combate ao racismo, a Agência também apoiou a realização de uma palestra para debater a consciência negra, a promoção da igualdade racial e os desafios da inclusão no contexto das políticas públicas brasileiras no setor de transportes.
As ações de mobilização foram promovidas pelo Ministério dos Transportes e com uma programação focada na discussão de temas centrais como diversidade, equidade e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), relacionados à redução das desigualdades sociais e étnico-raciais.
O treinamento, realizado na sexta-feira (22/11), teve como objetivo ampliar o entendimento sobre as questões de raça e etnia, preparando os participantes a se engajarem em práticas de comunicação mais eficazes e inclusivas. Conduzida pela especialista em comunicação e diversidade Cláudia Isabele dos Santos, a oficina ocorreu de forma online, por meio da plataforma Microsoft Teams.
“Em cada sociedade existe um processo próprio de combate ao racismo e de investimento em políticas públicas, e a negligência e não ação do Estado faz com que as desigualdades se aprofundem e ganhem nuances especificas. Então, o combate ao racismo trata-se de um posicionamento para exercer a equidade. Escolhemos o letramento como uma forma estratégica de aprendizagem e prevenção, de aperfeiçoamento e sensibilidade, uma oportunidade de afetar simbólica e emocionalmente de forma positiva e uma competência organizacional para a tomada de decisões”, explicou Claudia.
Isso significa que o letramento é uma estratégia essencial para o desenvolvimento humano, pois é um processo contínuo presente em todas as fases da vida. O letramento desempenha um papel fundamental na conscientização social, influenciando a maneira como o indivíduo busca justiça, trabalho e acesso a direitos. Ele também é uma forma de sensibilização, no sentido de desenvolver a capacidade de ser receptivo e de processar informações.
Já a palestra, realizada na quinta-feira (21/11), visou destacar a importância de um olhar atento às disparidades enfrentadas por pessoas pretas no setor de transportes, um dos pilares para garantir a mobilidade social e a inclusão plena dessa população. “Nossos contratos são responsivos e contribuem para a igualdade racial?”, provocou a diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação da Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial, Tatiana Dias.
A palestra foi um convite à reflexão sobre a necessidade de políticas mais eficazes e inclusivas, que garantam a promoção de um ambiente mais justo, tanto no setor público quanto privado, e que se alinhem às metas internacionais de igualdade e justiça social. Também foram apresentados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 18 e 10, que estão sob a coordenação do Ministério da Igualdade Racial e Ministério dos Povos Indígenas, focando, respectivamente, na igualdade étnico-racial e na redução das desigualdades sociais.
“As metas preliminares para os ODS 18 e 10 estão em aberto para debate. Elas abordam temas como discriminação no trabalho, combate à violência, acesso à justiça, representatividade, memória e reparação, moradia, saúde, educação e a distribuição de benefícios para as populações negras, além das propostas para os indicadores relacionados”, apontou.
Tatiana Dias lembrou que o Brasil é signatário de diversos tratados internacionais voltados para a promoção da igualdade racial e que o país adota uma abordagem de transversalidade nas políticas públicas. “Agora, o desafio é integrar a ODS racial à Agenda 2030 da ONU e fazer articulação com os tratados existentes”, observou.
A programação buscou promover um ambiente de diálogo e aprendizagem sobre a importância da equidade racial nas políticas públicas do setor de transportes e incentivando ações afirmativas, práticas inclusivas e reflexões sobre diversidade, equidade e enfrentamento das desigualdades raciais, fortalecendo a consciência negra no ambiente institucional.
Plano de Diversidade, Equidade e Inclusão da ANTT
Em sintonia com as ações do Novembro Negro, a ANTT publicou, nesta semana (18/11), o Plano de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), aprovado na última Reunião de Diretoria da ANTT, realizada em 14 de novembro. Esse plano, que propõe a igualdade racial e étnica como um dos eixos de atuação, marca um importante passo para a promoção de um ambiente institucional mais inclusivo e sensível às questões étnico-raciais na ANTT.