O Organização Mundial do Transporte (IRU) esteve na ONU (Organização das Nações Unidas) participando do Fórum Global das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito, realizado na última semana. Durante o evento, a entidade solicitou que a ONU trabalhe para estabelecer padrões globais de formação e capacitação para motoristas profissionais, alertando que qualificações inconsistentes estão prejudicando a segurança e a eficiência nas estradas em todo o mundo.
Apesar de a maioria dos acidentes nas estradas do mundo não envolverem caminhões, quando uma ocorrência tem um veículo de carga ou ônibus envolvido, o resultado pode ser catastrófico, com ferimentos graves e até mortes decorrentes.
De acordo com estudos, os acidentes que envolvem caminhões, apesar de serem uma parcela relativamente pequena do total, são na maioria dos casos causados por erros humanos (85%). Apesar disso, em muitos casos, o erro humano está em outros veículos (leves) que compartilham as vias com os caminhões.
Para a IRU, a certificação, a educação e a conscientização dos motoristas – tanto para motoristas de veículos pesados quanto para outros motoristas – são cruciais para reduzir os acidentes causados pelo fator humano.
Entre as solicitações está a padronização das carteiras de habilitação, deve ser acompanhada por uma harmonização das qualificações profissionais para promover a segurança no trânsito.
A ONU já tem resoluções sobre formação de motoristas, mas elas são voluntárias. Ou seja, os países membros podem ou não usar essas regras dentro dos seus territórios.
“Um setor profissional e formalizado deve ser construído com base em padrões internacionais. Mas os padrões não bastam; eles devem ser praticados e monitorados de forma eficaz”, destacou a IRU em nota.
A IRU propõe uma abordagem de quatro pilares – formalizar, profissionalizar, validar e gerenciar – como uma estrutura prática para estabelecer, implementar e monitorar padrões de condução profissional globalmente. Um componente fundamental é o IRU Examiner, um programa que auxilia autoridades e órgãos examinadores a criarem sistemas de certificação justos e transparentes, adaptados ao contexto de cada país.
A ONU ainda não se pronunciou sobre isso, mas a realidade dos 193 países membros da ONU é muito contrastante, então uma padronização em escala global acaba sendo extremamente difícil de acontecer.
Fonte: Blog do Caminhoneiro / Foto: Banco de Imagens – Canva