Estado mais industrializado do País, São Paulo pode perder 11 mil vagas, segundo Abimaq; EUA têm maior peso proporcional nas exportações de Pernambuco, Alagoas e Pará
Um dos setores mais atingidos pelo tarifaço dos EUA, a indústria de máquinas e equipamentos estima perder cerca de 16 mil postos de trabalho, caso a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros seja mantida. Apenas em São Paulo, o Estado mais industrializado do País, podem ser cortadas 11 mil vagas, segundo levantamento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro vêm na sequência, com perdas menores, mas importantes para o setor localmente (veja tabela abaixo).
“A indústria de máquinas foi particularmente atingida porque a maior parte das exportações é feita entre companhias do mesmo grupo, que complementam sua produção em diferentes partes do mundo”, diz Maria Cristina Zanella, diretora executiva de competitividade, economia e estatística da Abimaq. Em áreas como máquinas e equipamentos para construção civil, por exemplo, as vendas chamadas intercompany chegam a 80%.
Além disso, diz ela, máquinas e equipamentos são feitos sob encomenda, com uma série de especificações técnicas e expertises que atendem a cada um dos mercados. Assim, é praticamente impossível substituir os compradores no exterior de maneira imediata.
Na ponta do lápis, com a exclusão da lista de produtos isentos, máquinas e equipamentos responderão por cerca de 20% de todos os itens que receberam a taxação extra dos EUA. Para Cristina, haverá um período de adaptação, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste.
O impacto em empregos, porém, deverá demorar a acontecer. De acordo com Cristina, historicamente, com crises que resultam em queda imediata em produção e vendas, as empresas buscam reter mão-de-obra, que é altamente qualificada e escassa no setor. “Demissões são a última alternativa, até que não tenham mais possibilidade de corte de gastos em outras frentes”, afirma.
Fonte: Estadão / Foto: Banco de Imagens – Canva