No momento, você está visualizando Investimentos federais destravam obras paradas e colocam a FIOL como eixo de integração logística e desenvolvimento sustentável no Brasil

Investimentos federais destravam obras paradas e colocam a FIOL como eixo de integração logística e desenvolvimento sustentável no Brasil

  • Categoria do post:Infraestrutura

Obra impulsiona geração de empregos, valoriza municípios e transforma realidades ao longo do traçado ferroviário

Com 1.527 quilômetros de extensão e o potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, quando comparada ao transporte rodoviário, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), antes vista como uma promessa estagnada, avança como uma das principais obras estratégicas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3).

O investimento federal, aliado a medidas de gestão eficiente, transformou o projeto em vetor de logística sustentável, modernização produtiva e integração econômica. Para o diretor de Empreendimentos da Infra S.A, André Ludolfo, os impactos da FIOL vão muito além da infraestrutura.

“A construção da FIOL permitirá a criação de um importante vetor de desenvolvimento sustentável e competitividade para o Brasil no eixo LEste-Oeste do país, permitindo equilibrar a matriz de transporte do Brasil com o incremento do transporte ferroviário, destacou”

Ludolfo pontuou ainda, que o trecho FIOL 2, que liga Caetité a Barreiras (BA), é o destaque desta nova fase. Ele é essencial para escoar minérios do sul da Bahia e grãos do oeste baiano, conectando o interior ao Porto Sul, em Ilhéus, e à Ferrovia Norte-Sul. Além disso, a FIOL será ponto estratégico da futura ferrovia bioceânica, que integrará o Brasil ao Oceano Pacífico pelo Porto de Chancay, no Peru, ampliando a presença brasileira no comércio internacional., concluiu.

Avanços concretos e obras destravadas

Com a inclusão prioritária no Novo PAC, as obras da FIOL ganharam novo ritmo, somente no primeiro semestre de 2025, o governo federal aplicou R$ 66,2 milhões em obras, um crescimento de aproximadamente 6% em relação ao ano anterior. O aporte, somado a acordos históricos, como o firmado com comunidades quilombolas em Bom Jesus da Lapa, permitiu a retomada de trechos parados há mais de uma década.

O Novo PAC segue com a construção de 1.412 km de novas ferrovias, com destaque para a FIOL, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) e a Transnordestina. Atualmente, estão em andamento as obras de 240 km da FICO, 485 km da FIOL 2 e novas frentes de trabalho em 544 km da Ferrovia Transnordestina.

O avanço físico da FIOL II atingiu 70,5% de execução acumulada até junho deste ano, com previsão de novos editais ainda em 2025 para conclusão dos lotes remanescentes. O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) foi fundamental para garantir eficiência e transparência, consolidando a retomada das obras.

O gerente de Construção da Infra S.A., José Wedson, destacou que a ferrovia já impacta positivamente as cidades do entorno. De acordo com ele a um crescimento urbano dos municípios no sentido da ferrovia. Imóveis que valiam R$ 100 mil em 2016 hoje, com a obra, valem mais de R$ 300 mil. A FIOL 2 tem uma importância estratégica imensa para a agricultura baiana. Estamos no coração do Oeste da Bahia, um polo do Matopiba, e esta ferrovia é vital para o escoamento da produção da região, relatou.

Impacto econômico e social

A presença da FIOL já se traduz em desenvolvimento regional. Municípios ao longo da ferrovia registram crescimento no comércio, hotelaria, transporte e construção civil. O empreendimento gera milhares de empregos diretos e indiretos e atrai novos investimentos para modernização produtiva, fortalecendo a economia local e nacional.

O gerente de Construção da Infra S.A., Luiz Guilherme, reconheceu que, apesar dos impactos sociais em propriedades cortadas pela linha férrea, o trabalho social busca minimizar esses efeitos. Ele destacou ainda os benefícios econômicos e a expectativa de maior relevância estratégica com a integração do corredor transcontinental.

“O impacto econômico imediato é a geração de empregos. Muitas vezes, um morador prefere sair de um emprego comum na cidade para ir para a ferrovia, pois o salário e os benefícios, como alimentação e alojamento, são mais atrativos que os empregos locais.”

Segundo o superintendente de Empreendimentos da Infra S.A., Tharlles Fernandes, dados tratados do ministério do trabalho, mostra que 9.200 empregos formais foram gerados a mais (+35%) nos 12 municípios interceptados pela construção da FIOL II, valor superior se comparado com o desempenho do Brasil (+22%), durante o período de janeiro de 2020 a maio 2025. Esse incremental de empregos corresponde a aproximadamente 10% dos empregos totais da região, destacou.

O gestor do contrato da obra, Luís Gustavo, do consórcio TIISA – Infraestrutura e Investimentos S.A., o trecho sob sua responsabilidade já atingiu 48% de conclusão, com previsão de término de execução para dezembro de 2026. Ele explicou que a obra entrou em uma fase crucial: a de superestrutura, caracterizada pelo lançamento de lastro e instalação de dormentes.

“Esta etapa dá a cara da ferrovia, tornando o progresso tangível e motivando as equipes e a comunidade externa”, pontuou.

Ainda de acordo, com o gestor, a FIOL é um meio de transporte fundamental para otimizar a logística da agricultura e da mineração no Brasil, para alavancar todo esse sistema de transporte e produção até os portos. Além disso, ele ressaltou a importância da contratação de trabalhadores locais nos municípios de Santa Maria da Vitória e São Félix, o que considera fundamental e muito vantajoso para o morador local.

Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), mostra que, somente na Safra 22/23, o Matopiba (região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia) produziu 35 milhões de toneladas de grãos, se consolidando como um dos maiores polos exportadores do país.

Logística verde: integração nacional e conexão continental

A FIOL é protagonista de uma logística verde, ao reduzir a dependência de rodovias, cortar emissões de gases de efeito estufa e aumentar a eficiência energética no transporte de cargas. Quando integrada à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), criará um corredor ferroviário que se estende até o corredor transoceânico Atlântico–Pacífico, consolidando o Brasil como um hub logístico estratégico no comércio internacional.

FIOL

A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) é um projeto ferroviário em construção que visa integrar a região oeste da Bahia ao litoral, facilitando o escoamento da produção agrícola e mineral. O empreendimento faz parte do Plano Nacional de Logística e Transportes e conecta-se à Ferrovia Norte-Sul e a outros modais, ampliando a competitividade brasileira e promovendo desenvolvimento sustentável.

 

Fonte: Infra / Foto: Divulgação